Secretaria presta esclarecimentos sobre situação do Terminal Rodoviário Mário Alves de Andrade

por Eduardo Maia — publicado 29/08/2017 21h00, última modificação 04/09/2017 09h50

Após um convite realizado pela Câmara Municipal à Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, o titular da pasta, Alexandre Resende e o servidor Wagner Ribeiro de Paula compareceram à reunião ordinária de 17 de agosto, para esclarecer aos vereadores e à população sobre a situação do Terminal Rodoviário Mário Alves de Andrade. Inaugurado ao final de 2012, no entanto, o espaço, que não foi concluído, ainda não é destinado ao embarque e desembarque de passageiros.

Ao longo da discussão foram expostos alguns problemas como a inutilização ou a utilização indevida do espaço ao longo dos últimos anos, a necessidade de intervenções para que se torne, de fato, um terminal rodoviário, além de relembrado o trâmite como se deu a sua construção e sua inauguração.

O secretário Alexandre Resende apresentou aos vereadores um parecer técnico do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), formalizado em ofício, que autorizava a inauguração do terminal "em caráter precário e provisório", uma vez que não oferecia condições de funcionamento por questões de segurança. 

Segundo Alexandre, a autorização do órgão para que fosse feita a inauguração e a consequente finalização da obra pela gestão da época, impossibilita hoje que o Executivo consiga captar recursos da União e do Estado para o seu término, uma vez que a obra, em tese, já está inaugurada. 

Segundo ele, serão necessários cerca de R$ 1 milhão para que o espaço possa ser utilizado para operações. O valor seria empregado na construção de um muro de arrimo para contenção de uma encosta nos fundos, a conclusão dos telhados, piso inacabado, a construção das plataformas de ônibus, corrimão, iluminação, entre outros fatores descritos em planilha. 

"O prefeito tem tentado em Brasília e Belo Horizonte captar recursos para finalizar a obra, mas diante das dificuldades financeiras, tem sido muito difícil. Além disso, nos questionam como queremos recursos para terminar uma obra que já foi inaugurada?", disse. Alexandre reforçou que, mesmo assim, o Executivo continua tentando buscar recursos para que o terminal possa operar.

Servidor da área de Projetos do Município, Wagner explicou o trâmite para a construção do prédio da Rodoviária, que incluía a transformação da Avenida Tancredo Neves em um polo esportivo e turístico. À época planejado por alunos e professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMG, o projeto de desapropriação de terrenos no entorno vislumbrava à instalação de diferentes equipamentos esportivos em um circuito para estimular a vinda de pessoas para a cidade. 

Segundo Wagner, diante do impasse, a necessidade agora é de que o Município faça um estudo técnico, observando diferentes fatores, para que se possa investir na efetivação do espaço como uma rodoviária. "Não cabe agora encontrar culpados, afinal já se passaram 11 anos do início do processo de construção. Cabe agora sentarmos e definirmos o que será feito com ele. Entre Rios precisa de um terminal rodoviário, mas com um um pouco mais de estudo e responsabilidade", finalizou.

Vereadores questionam destinação incorreta do espaço

Os vereadores Antônio Bituri e Karina Vasconcelos questionaram a utilização do espaço para abrigar moradores em situação de rua que teriam sido levados para o espaço. Karina falou ainda da frequente depredação do terminal, com uso para práticas ilícitas, solicitando providências para local.

Por meio ofício, os vereadores Franklin William, Levi da Costa Campos, Cláudio Reis, Karina Vasconcelos, Antônio Bituri e Roni Enfermeiro já haviam manifestado a preocupação sobre a utilização do espaço por moradores em situação de rua junto à Secretaria de Saúde e Desenvolvimento Social.

Em ofício resposta, o secretário Ricardo Oliveira, explicou as medidas que foram tomadas em relação à assistência ao casal abrigado no local, tratando-se de um impasse que envolve dependência de álcool, inclusive já de conhecimento do serviço de assistência social de Conselheiro Lafaiete. A secretaria reconhece a situação irregular em que se encontram os moradores e a falta de uma política pública para a população de rua na cidade e espera, a partir do amparo de uma igreja evangélica de Entre Rios, que estas pessoas possam deixar o local. O secretário afirma ainda que o Município está acompanhando de perto a situação, por meio da ação das assistentes sociais.

Ainda durante a reunião, o vereador Roni Enfermeiro criticou a autorização do DER para a inauguração da obra, inclusive ressaltando no parecer a situação precária na qual se encontrava. "Isso é um reflexo do país que a gente vive", afirmou. O vereador Daniel Vieira destacou também o papel do Município pela inauguração, classificando como irresponsável a sua liberação.

Cláudio Reis sugeriu que o espaço possa ser utilizado para abrigar outros setores da Prefeitura. No entanto, foram destacados os impasses legais que dificultam a utilização que não seja para o terminal, já que os recursos de sua construção foram destinados a esta finalidade. Levi Campos reiterou que o Município tome providências para solucionar os problemas, a fim de garantir uma resposta satisfatória à população.

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